ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O FILME ERA UMA VEZ
– Abordando a urbanização –
O filme brasileiro Era uma Vez (2008), é um drama romântico dirigido por Breno Silveira. O cenário é o Rio de Janeiro, mais especificamente na Zona Sul, no bairro de Ipanema, onde é abordada também a comunidade do Cantagalo.
E por falar no Rio, essa metrópole juntamente com São Paulo formam uma longa mancha urbana que compõem a única megalópole que se tem no Brasil até então. No entanto, apesar da cidade carioca participar de forma intensa da economia através do turismo e da cultura, ainda há uma desigualdade gritante que pode ser facilmente observada ao olharmos na direção dos morros, o que é muito bem retratado na obra.
Incapazes de adquirir um terreno ou moradia nos bairros mais abastados, milhares de pessoas constroem suas casas em áreas com pouco ou nenhum serviço público o que configura o processo de favelização, que é abordado quando Bernadete – mãe de Dé – diz indiretamente que já esteve nas ruas, ou seja, por condições extremamente precárias, a única saída foi morar na comunidade do Cantagalo.
Além da violência urbana, o filme também evidencia diversas outras pautas sociais muito visíveis no cenário brasileiro como a polícia corrupta; o preconceito; os conflitos nas comunidades; a precariedade na alfabetização – mostrada quando Dé, desde pequeno até a fase adulta, tem dificuldade em ter uma leitura fluida; as condições precárias de quem mora nas favelas, etc.
Portanto, diante dos fatos abordados, entende-se as questões sociais e geográficas que a obra cinematográfica mostra através de suas cenas. Quando o telespectador observa no filme realidades tão distintas em um espaço tão próximo, é trazido um incômodo para dentro de si e um novo olhar para o cenário urbano que o cerca. Ademais, apesar do clichê-Romeu-e-Julieta que cerca a trama, a cena final surpreende a todos, pois nem todas as explicações do mundo que o casal desse mudariam que a mira estava apontada para Dé. Infelizmente, Era uma Vez não é um completo faz de conta.
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